terça-feira, 8 de junho de 2010

NÃO: JÁ NÃO FALO DE TI



já não falo de ti, já não sei de saudades.

Feche-se o coração como um livro, cheio de imagens,de palavras adormecidas, em altas prateleiras,até que o pó desfaça o pobre desespero sem força,que um dia, pode ser, parece tão terrível.

A aranha dorme em sua teia, lá fora, entre a roseira e o muro.

Resplandecem os azulejos- e tudo quanto posso ver.

O resto é imaginado, e não coincide, e é temeráriocismar.

Talvez se as pálpebras pudesseminventar outros sonhos, não de vida...Ah! rompem-se na noite ardentes violas,pelo ar e pelo frio subitamente roçadas.

Por onde pascerão, nestes céus invioláveis,nossas perguntas com suas crinas de séculos arrastando-se...Não só de amor a noite transborda mas de terríveis crueldades, loucuras, de homicídios mais verdadeiros.

Os homens de sangue estão nas esquinas resfolegando,e os homens da lei sonolentos movem letrassobre imensos papéis que eles mesmos não entendem... Ah! que rosto amaríamos ver inclinar-se na aérea varanda?Nem os santos podem mais nada.

Talvez os anjos abstratosda álgebra e da geometria.

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